Não sou pernambucano, sou carioca, mas poderia ter sido. Minha mãe é de lá, um grande amor, uma graça, é de lá. Nós cariocas temos imensas dívidas com eles. Bastaria o Nelson Rodrigues, mas ainda há o Antônio Maria.
Quem melhor descreveu o subúrbio carioca, quem melhor expressou a alma dark, a lascívia do Rio? O Divino Nelson é um patrimônio carioca. Ele veio de lá para revolucionar nosso Teatro, para nos entender, para nos explicar melhor, para ser nosso cronista. Explicar nossas dúvidas, nossas angústias, nossos desejos, nosso prazer.
E quem mais senão Antônio Maria para nos louvar melhor de forma tão simples? Valsa de uma Cidade,
Rio de Janeiro, gosto de você
Gosto de quem gosta
Deste céu, desse mar
Dessa gente feliz
Valsa de uma Cidade. Um hino de amor ao Rio, aos cariocas.
A esta cidade que tem esse vento do mar no meu rosto, que tem este sol a brilhar no meu rosto a queimar. A brilhar nas calçadas cheias de gente a passar e a me ver passar. Um poema de amor que está em tudo que eu quis em tudo quanto eu amei.
A esta cidade que tem esse vento do mar no meu rosto, que tem este sol a brilhar no meu rosto a queimar. A brilhar nas calçadas cheias de gente a passar e a me ver passar. Um poema de amor que está em tudo que eu quis em tudo quanto eu amei.
O Rio soube reconhecer esse amor e premiou Antônio Maria com uma divina expressão carioca, a capixaba Danuza Leão.
Fofoquinha: Antônio Maria morou no apê 1005 do Edifício Souza na Cinelândia. Vizinho dos também pernambucanos Fernando Lobo, jornalista e pai do Edú Lobo, e do Abelardo Barbosa o Chacrinha.
Alô, alô Terezinha. No mesmo prédio também moravam Dorival Caymmi e o pintor Augusto Rodrigues. É muita gente pra cantar e amar o nosso Rio.
Alô, alô Terezinha. No mesmo prédio também moravam Dorival Caymmi e o pintor Augusto Rodrigues. É muita gente pra cantar e amar o nosso Rio.
Rio de Janeiro gosto de você. E gosto ainda mais de quem gosta de você, dessa gente feliz que sabe fazer o Rio. Pernambucanos obrigado. Aquele abraço.