Não somos o que pensamos ser. Não somos muito menos a opinião que temos de nós mesmos. Infelizmente somos como os outros nos vêm. E isso muitas vezes é difícil de aceitar.
O papo aqui não é existencial, não tem a ver com o "somos como os outros nos vêem" de Sartre. É econômico mesmo.
Somos a sexta economia do mundo, acabamos de ultrapassar quem já foi o orgulhoso império britânico onde o sol nunca se punha. Ok doc.
Mas alguém leva o Bananão a sério?
A chave da questão é que a estrutura do PIB é quem determina a importância política de um país. A recente expansão econômica fortemente baseada na exportação de commodities mantêm o Brasil numa posição desimportante na cena mundial.
Jonathan Warren, chefe do departamento de estudos brasileiros da Universidade de Washington diz que apenas quando a economia brasileira for capaz de passar de uma sociedade baseada em commodities para uma baseada numa grande classe média com produção de alto valor agregado é que as coisas vão mudar.
Ruchir Sharma chefe do setor de investimentos em mercados emergentes da Morgan Stanley alerta que o crescimento do Brasil é baseado no preço instável das commodities e que se o país não se diversificar e estimular seu crescimento real poderá em breve cair junto com elas.
Isso explica por que o Brasil não é um parceiro estratégico dos EUA e de outras potências, diferentemente dos outros BRIC´s como a China e a Índia.
A euforia do crescimento recente e a propaganda oficial não nos deixam ver a realidade com clareza. Crescemos principalmente a reboque do crescimento da China. Pior ainda é que crescemos menos do que os outros emergentes durante a recente onda de oferta de crédito e crescimento mundial.
Apesar de muitos avanços, estamos em péssima situação em educação, pesquisa, tecnologia, estrutura e produção de valor agregado.
Continuamos a ser estruturalmente a imensa colônia que produz o básico para a corte.
O Bananão.