Isla Privilège. Uma ilha no mar de Angra dos Reis.
Nela uma casa de entretenimento, excelente pista, os melhores DJs, ótima cozinha. Eleita o melhor club do país.
Certamente é o mais exclusivo pela própria localização, afinal é uma ilha, só se chega de barco. E privada. Sem transito, sem problemas de estacionamento, sem flanelinhas. E como diria Ione, a mais dondoca de minhas ex-namoradas, sem gente chata. Um singelo adjetivo com conotações sociais, econômicas e étnicas.
Depois de uma magnífica ceia no Resort Frade, onde estávamos passando uns dias, um iate de sessenta pés movido por 1.800 puros-sangues alemães nos deixou na ilha em 13 minutos.
A viúva francesa continuava nos embalando com seus melhores líquidos. Mas agora era hora de se deixar embalar pelo China, pelo Renato e pelo Pete Tha Zouk que apesar do nome é português e um dos melhores DJs do planeta.
A festa reunia uma das maiores concentrações de gente bonita do país. Cercada por toda a exclusividade, luxo, bom gosto e tecnologia que se pode desejar uma das belas filosofou singelamente:
- É tão fácil ser feliz.
A festa reunia uma das maiores concentrações de gente bonita do país. Cercada por toda a exclusividade, luxo, bom gosto e tecnologia que se pode desejar uma das belas filosofou singelamente:
- É tão fácil ser feliz.
Minha filhota Patrícia me apresentava a dezenas de pessoas.
- É seu irmão?
- É seu namorado?
Não sei qual de nós dois se divertia mais. Literalmente ninguém acreditava que somos pai e filha. Eu já estava me sentindo uma ave exótica sendo exibida pela filhota.
Alguns amigos e amigas dela nos olhavam embevecidos. Uns nos abraçavam. Outros davam parabéns. Eu brincava:
Alguns amigos e amigas dela nos olhavam embevecidos. Uns nos abraçavam. Outros davam parabéns. Eu brincava:
- É minha irmã mais velha.
Uma amiga dela mais espontânea disparou:
- Seu pai é um tesão.
Dancei muito. Adoro dançar pop e eletrônica, me hipnotiza.
Dançar a dois sou péssimo, prefiro sozinho ou em grupo. Até já tomei aulas de forró para agradar um grande amor, mas não consigo. Minha vibe é para dançar separado.
Dançar a dois sou péssimo, prefiro sozinho ou em grupo. Até já tomei aulas de forró para agradar um grande amor, mas não consigo. Minha vibe é para dançar separado.
Dancei muito. A música rolou por exatas treze horas e quinze minutos. Delas curti pouco mais de nove, rigorosamente sem parar. Ainda assim não bati meu próprio recorde de dez horas, coincidentemente também com a Pat.
Em determinado momento, quando por acaso olhei para o relógio, e vi que fazia oito horas que estava dançando sem parar me emocionei. Meus olhos ficaram úmidos, olhei para o céu e agradeci por tanta saúde. Dancei então com ainda mais energia.
Dançando tanto e tão bem, os amigos da Pat se espantavam ainda mais. Até que o Caio tomou coragem e me fez a pergunta decisiva.
- Afinal quantos anos você tem?
Menti. Por vaidade escondi minha idade. Menti, aumentei. Aumentei-a em seis meses e arredondei:
- Sessenta e três.
- Impossível!!
Pat soltou uma gargalhada. O abraço do Caio quase me derruba.
A viúva borbulhou nas taças.