O imperador da Áustria Maximilian I, arquiduque Ferdinand Maximilian Joseph da casa de Habsburg, futuro imperador do México, visitou a Bahia em 1860 e participou da Lavagem do Bomfim.
Ele ficou impressionado com a ginga sensual das mulatas, definiu a festa como louca bacanal.
Anos antes Ferdinand havia se apaixonado por D. Maria Amélia, prima distante, filha de D. Pedro I. Segundo o historiador H. Montgomery Hyde a loura Maria Amélia era "uma garota de beleza impressionante e inteligência cultivada". Fluente em português, francês e alemão era a princesa mais bonita da época, desenhava, pintava e tocava bem piano.
Perdido de amores Maximilian planejou se casar com a priminha, ficaram noivos, mas infelizmente a princesinha morreu antes. De luto o pobre Joseph passou a usar um anel com um cacho de cabelo da princesa.
Como se sabe a Lavagem do Bomfim começa com uma procissão.
Como se sabe quem tem fé vai a pé. Caminha-se alegremente os oito quilômetros de procissão entre a Igreja da Conceição da Praia e a Igreja do Bomfim.
Como se sabe quem tem fé vai a pé. Caminha-se alegremente os oito quilômetros de procissão entre a Igreja da Conceição da Praia e a Igreja do Bomfim.
Por não ter fé, o príncipe Maximilian seguiu para o Bomfim numa carruagem puxada por quatro cavalos brancos, conduzida por dois escravos vestidos com sobrecasacas verdes, calções de veludo, gravatas e luvas. Todos ornamentados de prata para acompanhar devidamente um imperador estrangeiro. Talvez daí venha a expressão baiana “mais enfeitado que jegue de lavagem”.
O príncipe impressionou-se com as batucadas, com as meninas.
Escreveu no diário: "moças negras alegres, envoltas em gazes transparentes e lenços de cores berrantes, em meio a um falatório estridente, nas posições mais confortáveis, sensuais e desleixadas, resquícios do paganismo na romaria".
Escreveu no diário: "moças negras alegres, envoltas em gazes transparentes e lenços de cores berrantes, em meio a um falatório estridente, nas posições mais confortáveis, sensuais e desleixadas, resquícios do paganismo na romaria".
O interior da igreja ele descreveu como uma “sala de dança, grande, alegre e animada” e impressionou-se com “as saias das mulheres, as roupas finas, os decotes, as danças de corpo, a festa pagã”. Por não ter fé ele achou a Lavagem uma “louca bacanal, o sabá negro das feiticeiras, um ato de mulheres munidas de vassouras”.
Maximilian I da Áustria tinha 28 anos quando visitou a Bahia, antes de sua nomeação como Imperador do México. Infelizmente ele não pôde voltar novamente.
Por não ter fé ele não pôde rever as “moças negras alegres, envoltas em gazes transparentes e lenços de cores berrantes”. A revolução mexicana comandada por Benito Juarez prendeu o imperador e mandou fuzila-lo.
Tenha fé, vá a pé.