Estamos na fronteira da Terceira Revolução Industrial.
A primeira começou na Inglaterra no final do século 18, com a mecanização da indústria têxtil. Tarefas feitas anteriormente à mão em centenas de casas de artesãos foram consolidadas em um único local, a fábrica de algodão. Os tecidos, fabrics em ingles daí a palavra fábrica em português, passaram a ser feitos num mesmo e amplo ambiente físico.
A segunda revolução foi no início do século 20, quando Henry Ford criou a linha de montagem de automóveis depois de conhecer o trabalho de André-Gustave Citroën na produção em massa de armas para o exercito francês na primeira guerra mundial. Depois o próprio Citroën repetiu o conceito e criou seu próprio império.
Curiosamente Ford entrou para a história se inspirando num judeu, coisa que ele detestava. Citroën era filho de pai judeu alemão e de mãe judia polonesa, o que em si já é uma fantástica alegoria da guerra que se seguiu à que ele colaborou para vencer. A primeira, irresolvida, de certa forma provocando ou se continuando na segunda.
Abre Parêntesis.
Ford publicou no seu jornal Dearborn Independent em 1920 - cinco anos portanto antes do Mein Kampf de Adie - O Judeu Internacional uma versão dos Protocolos do Sião.
Os Protocolos tratam de uma suposta conspiração dos judeus para dominar o mundo. O documento é a mais elaborada fraude anti-semita já produzida, forjado em 1897 pela Okrana a policia secreta russa, para o czar Nicolau II. O documento foi traduzido para mais de doze idiomas e inspirou o Mein Kampf de Hitler e o Der Ewige Jude de Fritz Hippler. O que dá mais ou menos na mesma não é Riefenstahl?
Os Protocolos tratam de uma suposta conspiração dos judeus para dominar o mundo. O documento é a mais elaborada fraude anti-semita já produzida, forjado em 1897 pela Okrana a policia secreta russa, para o czar Nicolau II. O documento foi traduzido para mais de doze idiomas e inspirou o Mein Kampf de Hitler e o Der Ewige Jude de Fritz Hippler. O que dá mais ou menos na mesma não é Riefenstahl?
Em matéria de trabalho sujo não há muitas diferenças entre a Okrana, seu arrepiante filhote KGB, a elegantézima SS nazista, a atrapalhada CIA, a charmosa double-o-seven MI6 e naturalmente o improvável Mossad dos deicídas. Tutti buona gente, right Lucie in the Hell with Fire?
Mas isso é outra estória.
Fecha Parêntesis.
Fecha Parêntesis.
Voltando à III Revolução Industrial.
Nesta primeira década do 21 acabam de convergir diversas tecnologias que se desenvolveram quase que independentemente. Software inteligente, novos materiais, robôs e internet.
Isso mudou não apenas os negócios mas a própria forma de viver e produzir das pessoas.
A terceira revolução industrial começou agora.
Manufacturing Via Digital.
A produção baseada em muitas peças parafusadas e soldadas está acabando. Agora um produto pode ser idealizado cad/cam ning em computador e impresso/produzido numa impressora 3D.
A estereolitografia, um processo digital que não foi startreking criado nem pelo Spock nem pelo Scott, cria um objeto sólido através da construção e superposição de camadas sucessivas de materiais. Tudo é ajustado com alguns cliques.
Estes robôs-impressoras em 3D são capazes de fazer quase qualquer coisa, em qualquer lugar, a qualquer momento. Exatamente como as materializações da scifi.
A estereolitografia, um processo digital que não foi startreking criado nem pelo Spock nem pelo Scott, cria um objeto sólido através da construção e superposição de camadas sucessivas de materiais. Tudo é ajustado com alguns cliques.
Estes robôs-impressoras em 3D são capazes de fazer quase qualquer coisa, em qualquer lugar, a qualquer momento. Exatamente como as materializações da scifi.
Você acha que nunca viu isso mas aquelas próteses auditivas da vovó são produzidas assim, aplicações cirúrgicas como um queixo de titânio, caixa de marchas de carros de corrida e peças do caça F-18 da Boeing idem.
A GE tem um scanner de ultrassonografia, fabricado em impressora 3D, tão pequeno que pode ser injetado até no corpo de um feto ainda por nascer e de lá emitir imagens. A coisa já começou e está bem a seu lado, bróder.
O Replicator (1) da Cybaman Technologies, uma empresa britânica, usa um feixe complexo de raios laser para ler as formas de um objeto e em seguida produzir uma cópia do mesmo. Indo ainda mais longe o Replicator pode fazer a leitura de um objeto em um lugar, transmitir digitalmente as informações e construir uma réplica exata em qualquer outra parte do planeta.
O que é tecnicamente um forma de teletransporte. Hoje, agora.
Detalhe: esta produção em 3D pode ser controlada remotamente exatamente como os drones militares americanos que sobrevoam e bombardeiam o Afeganistão pilotados por alguém confortavelmente sentado na California comendo donots, hambúrgueres e chacinando um monte de gente chata.
Materiais e processos para fazer as coisas também estão mudando. Assim como compósitos de fibra de carbono estão substituindo o aço e o alumínio em bicicletas e aviões, a produção poderá não será feita apenas por máquinas mas por micro-organismos geneticamente modificados.
A GE tem um scanner de ultrassonografia, fabricado em impressora 3D, tão pequeno que pode ser injetado até no corpo de um feto ainda por nascer e de lá emitir imagens. A coisa já começou e está bem a seu lado, bróder.
O Replicator (1) da Cybaman Technologies, uma empresa britânica, usa um feixe complexo de raios laser para ler as formas de um objeto e em seguida produzir uma cópia do mesmo. Indo ainda mais longe o Replicator pode fazer a leitura de um objeto em um lugar, transmitir digitalmente as informações e construir uma réplica exata em qualquer outra parte do planeta.
O que é tecnicamente um forma de teletransporte. Hoje, agora.
Detalhe: esta produção em 3D pode ser controlada remotamente exatamente como os drones militares americanos que sobrevoam e bombardeiam o Afeganistão pilotados por alguém confortavelmente sentado na California comendo donots, hambúrgueres e chacinando um monte de gente chata.
Materiais e processos para fazer as coisas também estão mudando. Assim como compósitos de fibra de carbono estão substituindo o aço e o alumínio em bicicletas e aviões, a produção poderá não será feita apenas por máquinas mas por micro-organismos geneticamente modificados.
Não só a produção industrial mas a cadeia de abastecimento e a logística envolvidas estão mudando. E rápido. Muito rápido.
Está perto o momento em que um engenheiro trabalhando dentro de um veleiro navegando na brisa do Caribe ou no meio de um safari na Africa precisa analisar uma determinada peça. Em tap speed ele baixa e imprime o projeto e shazam a peça está em suas (his or yours) mãos.
- Tá beleza assim Harry? Ok então produz.
Da mesma forma como a peça foi projetada e testada ela pode desta mesma forma ser produzida industrialmente em qualquer lugar por qualquer um que precise dela.
- Meu bem, vamos trocar a geladeira (2) ? Passa na esquina e pede ao Joaquim para imprimir uma nova para a gente.
- Tô sem crédito no cartão.
- Pede pro Joaquim “pendurar” até o fim do mês.
(wel,well, nem tudo muda...)
A pesquisa e o trabalho colaborativo, em labs ou em home-office, via internet são hoje o maior criador de empregos no mundo. Equipes que nunca estiveram fisicamente juntas, com gente das mais diversas cores e sexos, trabalham round the world round the clock em ingles a lingua franca do planeta. Estes imensos escritórios virtuais custam praticamente zero para as empresas e são tremendamente convenientes para suas equipes.
No plano industrial a produção pode começar a partir de um laptop e uma impressora 3D.
Uma cenário bem diferente das tenebrosas fabricas de Dickens. Uma estrutura infinitamente mais barata que os tremendos investimentos necessários para montar uma indústria tradicional.
A III revolução industrial vai afetar não só como as coisas são feitas, mas principalmente onde. O modelo chinês que levou as industrias do primeiro mundo a exportar seus jobs para a Ásia começa uma inflexão.
Primeiro porque os salários estão subindo na Ásia. Segundo por que as empresas querem estar mais perto de seus clientes para responder mais rapidamente às mudanças na demanda.
O Boston Consulting Group estima que em áreas como transportes, computadores, produtos metalúrgicos e máquinas de 10 a 30% do que os Estados Unidos importam hoje da China poderão até 2020 ser feitos back home.
Assim como no segmentos de serviços onde empresas bilionárias começaram numa garagem ou num quarto de universidade, como a Microsoft e o Facebook, a produção industrial está atingindo o mesmo Konzept. Novos empresários e grandes inovadores começam a colaborar online em pequenos e grandes projetos e vão transforma-los em produtos a partir de casa e comercializá-los globalmente a partir de qualquer garagem.
E provavelmente serão financiados por crowdfunding.
A Terceira Revolução Industrial já começou e the girl-next-door pode estar agora projetando e produzindo seu próximo objeto de desejo.
Dê um alô para ela.
Se é que ela não está aí mesmo ao seu lado, em casa, grudada na tela de um laptop, papai.
(1) apesar da sonoridade semelhante não é o copiator-replicator-duplicator das Organizações Tabajara.
(2) geladeira = arca frigorífica = fríza , depende do português que você pensa que fala.
Leia mais em http://www.economist.com/node/21552901
(1) apesar da sonoridade semelhante não é o copiator-replicator-duplicator das Organizações Tabajara.
(2) geladeira = arca frigorífica = fríza , depende do português que você pensa que fala.
Leia mais em http://www.economist.com/node/21552901