O que precisa efetivamente ser dito.
Toda a polêmica em torno do poema "O Que Deve Ser Dito" do prêmio nobel Günter Grass publicado pelo Süddeutsche Zeitungtraz trás à reflexão um assunto tabu para toda a comunidade internacional. O Trauma Alemão. O Genocídio, o Holocausto.
Alemães têm vergonha de se dizerem alemães. Gerações pagam o preço do pecado que não cometeram. A comunidade internacional lucra com isso em muitos aspectos. Chantagem inclusive, não apenas psicológica, mas principalmente material.
Vergonha de que?
O Holocausto não é um crime maior que os de Stalin, na verdade é numericamente várias vezes menor. É igual ao que se cometeu recentemente nos Bálcãs, ao que se cometeu contra os Armênios, contra os Cossacos.
O Holocausto é muito menor que o holocausto brasileiro na Guerra do Paraguai. Brasileiros eliminaram 76% da população, nós brasileiros matamos 96% dos homens adultos do Paraguai.
O Holocausto é muito menor que o holocausto brasileiro na Guerra do Paraguai. Brasileiros eliminaram 76% da população, nós brasileiros matamos 96% dos homens adultos do Paraguai.
O Holocausto é infinitamente menor que o maior de todos os genocídios, a eliminação completa pelos espanhóis das três civilizações pré-colombianas, Maias, Aztecas e Incas, na Era dos Descobrimentos.
São crimes de nacionalidades específicas? Há umas mais sangrentas que as outras?
Definitivamente não. A história da Civilização Humana não é uma fairy tale, é uma história sangrenta de assassinatos, roubos, eliminações, violações e apropriações.
Definitivamente não. A história da Civilização Humana não é uma fairy tale, é uma história sangrenta de assassinatos, roubos, eliminações, violações e apropriações.
Você e eu somos capazes de fazer o mesmo. Você e eu somos iguais tanto ao algoz quanto à vítima. São crimes cometidos por mim, por você, por nós.
São crimes do Homem. Pesam em todas as nossas consciências.
São crimes do Homem. Pesam em todas as nossas consciências.
Apesar do insight de Hannah Arendt o fato é que a Banalização do Mal não é recente, ela é intrínseca da condição humana. Vide Stanley Kubrick no começo de 2001, A Space Odyssey.
Você e eu somos irmãos nesta grandeza e nesta tragédia de ser humano.
Homo homini lupus até o dia em que "livres das dentadas do mundo já não teremos no fundo desejo profundo por nada que não seja bom".