O Brasil ultrapassou em 2011 a Grã-Bretanha, chegou ao sexto lugar entre as economias globais, deve ultrapassar a França em quatro anos e deixar a Alemanha para trás em oito.
São excelentes notícias, mas há algo mais importante e muito preocupante por trás destes números.
Renda.
Considerando a renda per capita por ano 44 países têm renda melhor que a brasileira.
Na distribuição da renda a situação é catastrófica.
Segundo dados da ONU entre 187 países apenas sete apresentam distribuição pior do que a do Brasil. Colômbia, Bolívia, Honduras, África do Sul, Angola, Haiti e Comoros.
Um time para lá de vergonhoso.
Custo de vida.
Na contramão dos avanços econômicos o custo de vida no país está aumentando muito. Em 2011 foi o país com maior alta no preço dos imóveis.
Uma pesquisa do banco suíço UBS feita em 73 países indica que o poder de compra no Rio e em São Paulo vem caindo nos últimos cinco anos apesar da elevação dos salários.
A consultoria Mercer divulgou em seu ranking anual que São Paulo é a 10ª cidade mais cara do mundo e o Rio a 12ª.
Conhecimento.
Na área de Ciência e Tecnologia, essencial para a manutenção do crescimento a situação é péssima.
Um estudo da Royal Society, academia nacional de ciência britânica, mostra que do total global de investimento em pesquisas científicas o Brasil gasta ridículos 1,6%.
Educação.
Em aproveitamento e rendimento escolar o país fica entre os piores.
Os últimos dados do Programa Internacional de Avaliação de Alunos - PISA - em 65 países colocam o Brasil em,
51º lugar no ranking de leitura e compreensão,
55º no de matemática,
52º no de Ciências.
Desenvolvimento Humano.
No IDH, o índice de desenvolvimento humano que engloba áreas como educação, saúde e expectativa de vida, a posição do Brasil fica em 84º lugar.
Competitividade.
Na avaliação do Fórum Econômico Mundial entre 142 países o Brasil ocupa a modesta 53ª posição em competitividade.
Ambiente de Negócios.
Segundo o Banco Mundial o Brasil piorou no ranking que mede a facilidade de se fazer negócios. Entre 183 países perdeu seis colocações, caindo da 120ª para a 126ª posição.
Corrupção.
A nota do Brasil avaliada pela Transparência Internacional sobre corrupção piorou, passando de 3,7 para 3,8. O país ocupa a 73ª posição entre 182 países.
Boa parte do crescimento brasileiro se deve à exportação de commodities como minério de ferro, carne, frango e soja entre outras. Produzindo muito petróleo, açúcar, madeira e álcool, sem investir em conhecimento e importando tecnologia.
Estruturalmente o perfil não é muito diferente do Brasil-Colônia.
Índia e China fazem o caminho inverso. O próprio governo tem se alarmado com a crescente desindustrialização brasileira.
Resumindo.
Boa parte do crescimento brasileiro se deve à exportação de commodities como minério de ferro, carne, frango e soja entre outras. Produzindo muito petróleo, açúcar, madeira e álcool, sem investir em conhecimento e importando tecnologia.
Estruturalmente o perfil não é muito diferente do Brasil-Colônia.
Índia e China fazem o caminho inverso. O próprio governo tem se alarmado com a crescente desindustrialização brasileira.
Resumindo.
Um país que não investe em conhecimento e onde seus jovens saem das escolas em situação lamentável.
Uma nação de péssima distribuição de renda e de alto custo de vida.
Um país sem competitividade internacional e péssimo ambiente de negócios.
Uma nação com baixíssimos índices de desenvolvimento humano, crescente criminalidade e corrupção assustadora.
Em 1974 o economista Edmar Bacha, da equipe que criou o Real, cunhou a expressão Belíndia para definir um Brasil que convivia com padrões da Bélgica e da Índia.
Já não serve, a Índia mudou. Hoje o Brasil se parece mais com Suíça e Haiti.
Quem sabe então Suití ?
Suit better e soa até meio indígena.
O Brasil é socialmente desigual, mal-educado, pouco competitivo, com baixa qualidade de vida, perigoso, caro e corrupto.
O país cresceu muito nos últimos anos, por conta da estabilização da moeda, do ambiente estável na economia, e do boom econômico global nos anos recentes, especialmente à reboque do crescimento chinês. Ainda assim aproveitamos mal estas oportunidades.
Euforia à parte, nos números que avaliam a realidade o Brasil é um dos cem piores países do mundo.
Chato jogar água fria na alegria de fim de ano, mas como lembra meu amigo Chico Lyra, citando Gramsci e Lênin, a verdade é sempre revolucionária.
Sexta economia mundial, mas infelizmente continua com a mesma cara.
Who giv'a fuck, do ya?
Em 1974 o economista Edmar Bacha, da equipe que criou o Real, cunhou a expressão Belíndia para definir um Brasil que convivia com padrões da Bélgica e da Índia.
Já não serve, a Índia mudou. Hoje o Brasil se parece mais com Suíça e Haiti.
Quem sabe então Suití ?
Suit better e soa até meio indígena.
O Brasil é socialmente desigual, mal-educado, pouco competitivo, com baixa qualidade de vida, perigoso, caro e corrupto.
O país cresceu muito nos últimos anos, por conta da estabilização da moeda, do ambiente estável na economia, e do boom econômico global nos anos recentes, especialmente à reboque do crescimento chinês. Ainda assim aproveitamos mal estas oportunidades.
Euforia à parte, nos números que avaliam a realidade o Brasil é um dos cem piores países do mundo.
Chato jogar água fria na alegria de fim de ano, mas como lembra meu amigo Chico Lyra, citando Gramsci e Lênin, a verdade é sempre revolucionária.
Sexta economia mundial, mas infelizmente continua com a mesma cara.
Who giv'a fuck, do ya?