A Europa que já não consegue lidar satisfatoriamente com seus milhões de imigrantes legais e ilegais estabelecidos terá que lidar com potenciais 150 milhões de refugiados da Fome.
Um mundo sem fome é possível pois o planeta produz alimentos suficientes para seus sete bilhões de habitantes. Ainda assim existem 1 bilhão de famintos no planeta localizados inclusive nas regiões onde os alimentos são produzidos. A fome não é um problema causado pela natureza, a fome é um problema político. Um gravíssimo problema político.
Quase metade da população mundial vive direta ou indiretamente do cultivo de alimentos, mas populações que vivem da agricultura familiar não têm seus interesses representados nos acordos internacionais. Famintos não contam, eles não têm lobby.
Países industrializados fazem o discurso da solidariedade. Para serem efetivos eles teriam de cortar subsídios agrícolas, controlar a especulação e se conscientizar da ameaça potencial de milhões de imigrantes prestes a fugir da fome africana.
Subsídios.
A UE destina 40% de seu orçamento às subvenções agrícolas, o que contribui para inviabilizar a produção local de países africanos que não conseguem competir com produtos muito mais baratos dos países desenvolvidos..
Agricultores europeus produzem além da demanda sem se preocupar por que os subsídios lhes garantem uma renda que agricultores dos países pobres nem ousam sonhar. A Europa sustenta artificialmente seus produtores enquanto ajuda a arruinar a vida dos africanos.
Especulação.
Agricultores europeus produzem além da demanda sem se preocupar por que os subsídios lhes garantem uma renda que agricultores dos países pobres nem ousam sonhar. A Europa sustenta artificialmente seus produtores enquanto ajuda a arruinar a vida dos africanos.
Especulação.
Investidores do mercado financeiro fizeram da especulação com os alimentos básicos uma fonte de grandes lucros. Preços aumentaram em torno de 30% apenas na alta do segundo semestre de 2010. Populações de países pobres não conseguem pagar estes preços. Eles provocam tanta destruição quanto o comércio de armas dos mercadores da morte.
Indiferença.
A comunidade internacional lida com o escândalo da fome no século 21 com indiferença e irresponsabilidade. Em 2008 os altos preços dos alimentos provocaram revoltas de Camarões ao Egito. Um erro terrível por subestimar a força dos pobres e famintos com seu potencial político explosivo.
Neste aspecto a FAO - Food and Agriculture Organization - o orgão da ONU baseado em Roma para a alimentação e agricultura, comandada pelo brasileiro José Graziano da Silva, até agora tem sido impotente e irrelevante apesar de seu lema inspirador Fiat Panis. Graziano trabalha há mais de 30 anos com "segurança alimentar".
Cegueira política e interesses econômicos estão transformando a fome em um fator de altíssimo risco para a estabilidade política tanto para as regiões atingidas quanto para a União Européia.
A Europa poderá ter que lidar com potenciais 150 milhões de refugiados da fome vindos da vizinha África nos próximos oito anos. A fome nos países pobres é na prática um genocídio controlado, consentido e tolerado pelos países industrializados.
A Africa está a menos de 15 km da Europa. Uma nova invasão de bárbaros está sendo perigosamente gestada contra uma região em crise que não consegue sequer resolver seus próprios problemas.
Cegueira política e interesses econômicos estão transformando a fome em um fator de altíssimo risco para a estabilidade política tanto para as regiões atingidas quanto para a União Européia.
A Europa poderá ter que lidar com potenciais 150 milhões de refugiados da fome vindos da vizinha África nos próximos oito anos. A fome nos países pobres é na prática um genocídio controlado, consentido e tolerado pelos países industrializados.
A Africa está a menos de 15 km da Europa. Uma nova invasão de bárbaros está sendo perigosamente gestada contra uma região em crise que não consegue sequer resolver seus próprios problemas.