Irmã Dulce o Anjo Bom da Bahia.
É só uma questão de tempo para o Vaticano santificar Irmã Dulce. Já beatificada após o primeiro milagre, com mais um ela vira santa. Santa ou não, irmã Dulce era uma mesmo uma santa.
Lembro dela todos os meses no escritório da construtora de meu pai recolhendo a doação mensal. Ela mesmo dizia que,
- Esse é o trabalho que mais faço. Pedir para meus pobres.
Franzina, pequena, delicada.
Ela se dedicou a pedir e construiu aos poucos um complexo hospitalar respeitável. Para seus pobres. Tranqüila, doce, sem nenhuma aparência de piedade ou servilismo. Ela tinha a característica rara da Compaixão.
Rara por que pressupõe a capacidade de sentir a dor do outro. Muito poucos são capazes disso. Não é a piedade pela dor do outro, é sentir a dor do outro. Não é lamentar o sofrimento alheio, compartilhar ou se solidarizar com ele. Ter compaixão é sentir efetivamente a dor do outro.
Já se mapeou a região do cérebro onde acontece a atividade elétrica durante a experiencia da compaixão. Parece que é genético. Genético ou não, fisiológico ou não, Irmã Dulce era uma santa.
Considero um privilégio tê-la conhecida e convivido alguns momentos com ela.
Um deles foi marcante para mim.
Eu fazia uma restruturação administrativa na Tropical Turismo agencia do grupo Varig, que ficava no Hotel da Bahia também do mesmo grupo. Um dia o pessoal da agencia me pede um favor. Estava para chegar, em visita de turismo a Salvador, um grupo de executivos de empresas farmacêuticas americanas.
Além de passear por alguns dias na cidade eles também tinham uma doação conjunta em medicamentos para fazer ao Hospital Santo Antonio, de irmã Dulce. Pediram-me para acompanhar o grupo em alguns passeios e na visita ao hospital.
Eu que tinha acabado de chegar da Inglaterra me diverti muito com o grupo que era agradável, culto e interessante. Passeamos bastante pela cidade, navegamos pelas ilhas da baía, fomos à shows e restaurantes.
Finalmente chegou o dia de entregar o cheque simbólico da doação.
Fomos todos ao Hospital Santo Antonio.
Percorremos todas as instalações, verificamos todo o trabalho e depois de percorrer tudo fomos para uma sala conhecer Irmã Dulce. Ela nos esperava quando chegamos.
Os americanos ficaram espantados com sua fragilidade, ela tinha na época 75 anos. Fiquei ao lado dela e servi de interprete nas perguntas e respostas.
Disse-lhe que aquele grupo estava doando alguns milhões de dólares em medicamentos e que bastava o corpo técnico especificar quais eram necessários. Emocionada ela agradeceu muito a todos eles.
Nos últimos momentos do encontro fiquei ao lado dela. Estávamos só os dois sentados a um canto da sala enquanto os outros tomavam café.
Ela me olha ternamente e diz:
- Eu também queria agradecer a você.
- Não fiz nada Irmã Dulce, só os acompanhei.
Sorrindo ela passa a mão magrinha na minha cabeça,
- Você é um homem bom.
É só uma questão de tempo para o Vaticano santificar Irmã Dulce. Já beatificada após o primeiro milagre, com mais um ela vira santa. Santa ou não, irmã Dulce era uma mesmo uma santa.
Lembro dela todos os meses no escritório da construtora de meu pai recolhendo a doação mensal. Ela mesmo dizia que,
- Esse é o trabalho que mais faço. Pedir para meus pobres.
Franzina, pequena, delicada.
Ela se dedicou a pedir e construiu aos poucos um complexo hospitalar respeitável. Para seus pobres. Tranqüila, doce, sem nenhuma aparência de piedade ou servilismo. Ela tinha a característica rara da Compaixão.
Rara por que pressupõe a capacidade de sentir a dor do outro. Muito poucos são capazes disso. Não é a piedade pela dor do outro, é sentir a dor do outro. Não é lamentar o sofrimento alheio, compartilhar ou se solidarizar com ele. Ter compaixão é sentir efetivamente a dor do outro.
Já se mapeou a região do cérebro onde acontece a atividade elétrica durante a experiencia da compaixão. Parece que é genético. Genético ou não, fisiológico ou não, Irmã Dulce era uma santa.
Considero um privilégio tê-la conhecida e convivido alguns momentos com ela.
Um deles foi marcante para mim.
Eu fazia uma restruturação administrativa na Tropical Turismo agencia do grupo Varig, que ficava no Hotel da Bahia também do mesmo grupo. Um dia o pessoal da agencia me pede um favor. Estava para chegar, em visita de turismo a Salvador, um grupo de executivos de empresas farmacêuticas americanas.
Além de passear por alguns dias na cidade eles também tinham uma doação conjunta em medicamentos para fazer ao Hospital Santo Antonio, de irmã Dulce. Pediram-me para acompanhar o grupo em alguns passeios e na visita ao hospital.
Eu que tinha acabado de chegar da Inglaterra me diverti muito com o grupo que era agradável, culto e interessante. Passeamos bastante pela cidade, navegamos pelas ilhas da baía, fomos à shows e restaurantes.
Finalmente chegou o dia de entregar o cheque simbólico da doação.
Fomos todos ao Hospital Santo Antonio.
Percorremos todas as instalações, verificamos todo o trabalho e depois de percorrer tudo fomos para uma sala conhecer Irmã Dulce. Ela nos esperava quando chegamos.
Os americanos ficaram espantados com sua fragilidade, ela tinha na época 75 anos. Fiquei ao lado dela e servi de interprete nas perguntas e respostas.
Disse-lhe que aquele grupo estava doando alguns milhões de dólares em medicamentos e que bastava o corpo técnico especificar quais eram necessários. Emocionada ela agradeceu muito a todos eles.
Nos últimos momentos do encontro fiquei ao lado dela. Estávamos só os dois sentados a um canto da sala enquanto os outros tomavam café.
Ela me olha ternamente e diz:
- Eu também queria agradecer a você.
- Não fiz nada Irmã Dulce, só os acompanhei.
Sorrindo ela passa a mão magrinha na minha cabeça,
- Você é um homem bom.