Fé. Há um tipo de fé que todos parecem ter. Num partido político, num time de futebol, numa empresa, num produto, em si mesmos.
Fé em Deus. A maioria das pessoas diz que tem, é aquela coisa meio vaga de que só se lembra quando as coisas andam mal.
Tiago em 2.19 pergunta, Você crê que há somente um Deus? Ótimo! Os demônios também crêem e tremem.
Essa é a noção de deus que está em quase todas as pessoas. Uma mistura de medo do desconhecido, crença em um criador, em algo que comanda o universo.
Essa é a Fé Natural. Mas não é dessas que falo.
Falo da Graça, a que salva, a Fé Cristã, a operada pelo Espírito Santo, como lembrou Paulo aos Coríntios: Ninguém pode dizer Jesus é o Senhor se não for guiado pelo Espírito Santo.
Esta é um dom de Deus que nos faz reconhecer Jesus como o seu filho e nos trás o amor e o perdão do Pai.
Dois exemplos desta fé são o leproso e o centurião de Cafarnaum.
O leproso era um judeu que desde a infância esperava pelo Messias. Sendo leproso ele era um excluído da sociedade. Um dia ele ouve falar de Jesus, de seus sermões e dos sinais que estavam chamando atenção na Galiléia.
Vai procura-lo, reconhece nele o prometido nas escrituras, se ajoelha e o chama de Senhor.
Já o centurião era romano acreditava no Deus de Israel e por isso se tornou filho de Abraão, amigo dos judeus e construiu uma sinagoga.
Ele também acabou reconhecendo o que muitos ainda não percebiam: aquele era o Messias.
Os dois reconheceram em Jesus o Senhor e nele tiveram confiança absoluta.
Eles tiveram fé.
O leproso já não tinha nenhuma esperança de cura, mas disse Senhor se quiseres podes me purificar.
Já o oficial romano tinha um servo doente, paralítico, sofrendo muito, quase morrendo segundo Lucas, e então decide pedir a Jesus dizendo, dê somente uma ordem e meu empregado ficará bom.
Isso é fé.
Fé no amor que Jesus tem por nós e que ele nos oferece no Evangelho. Fé no amor que o fez vir a este mundo que lhe fez sofrer e o matou na cruz.
Fé no amor que fez com que ele procurasse os perdidos, os pecadores, a você e a mim, para nos perdoar e nos salvar.
Ter esta Fé nem sempre é fácil. Somos fracos e nossa fé falha, enfraquece, duvida. Vinicius fez uma definição de felicidade que se aplica à fé.
A felicidade é como uma pluma
Que o vento vai levando pelo ar
Voa tão leve, mas tem a vida breve
Precisa que aja vento sem parar.
Este vento que mantém a pluma sempre leve a voar é a fé que exercitamos em orações e na intimidade que mantemos com o Salvador e com sua palavra. Vinicius também diz que,
A Felicidade é como uma gota de orvalho
Numa pétala de flor
Brilha tranqüila, depois de leve oscila e cai como uma lágrima de amor.
Para que a fé não seja assim passageira, para que brilhe, não oscile nem caia, é preciso se apegar à promessa divina.
Essa promessa cura nossa alma e dá força à nossa vida, mesmo quando estamos fracos.
Jesus disse, e depois Paulo lembrou aos Coríntios, que a Minha Graça é tudo quanto você precisa pois o meu poder é mais forte quando você está fraco.
Está fé nunca deixará de produzir frutos em abundancia. Ela é alimentada diariamente pelo estudo da palavra de Deus e na comunhão com Jesus na Santa Ceia.
Alguns destes frutos estão bem claros no Evangelho: humildade, confissão e amor ao próximo.
Veja a humildade do oficial romano.
Ele não alega que já havia trabalhado muito pelo reino de Deus, ele também não diz que construiu uma igreja, ele nem sequer tem coragem de procurar Jesus pessoalmente.
Lucas conta que ele mandou amigos e anciãos com seu pedido: Senhor não se incomode pois eu não mereço que entre na minha casa, dê somente uma ordem e meu empregado ficará bom.
Jesus ficou tão admirado quando ouviu isso que disse à multidão:
- Eu afirmo a vocês que nunca vi tanta fé nem mesmo entre o povo de Israel.
Outro fruto da fé é a confissão.
Os conquistadores romanos eram os orgulhosos donos de todo o mundo conhecido e um oficial romano simbolizava este poder. Apesar disso ele não se envergonhou de abandonar a religião de seu império, de praticar a religião dos desprezados judeus e diante da multidão confessar sua fé em Jesus.
A verdadeira fé não se esconde, ela brilha e ilumina nosso caminho.
Jesus disse que se uma pessoa afirmar publicamente que, Pertence a mim, eu também no Dia do Juízo, afirmarei diante do meu Pai, que está no céu que ela me pertence.
Dá para dispensar um advogado como esse?
Não há por que se envergonhar de ter fé, conte para todo mundo, colegas, amigos, família. Paulo disse aos romanos que,
- Não me envergonho do Evangelho pois ele é o poder de Deus para salvar todos os que crêem. Viverá aquele que por meio da fé é aceito por Deus.
Um fruto muito especial da fé é o amor ao próximo. Um pivô desta história é um simples servo de um oficial do império romano. Mas a fé mudou o coração deste oficial e ele implorou pela cura do servo.
A fé os transformou em irmãos e despertou num orgulhoso romano o verdadeiro amor.
O amor ao próximo. O amor verdadeiro é incondicional, apenas dá sem esperar nada em troca.
A vinda de Jesus trouxe duas profundas revelações: uma histórica e uma divina.
Historicamente quando Jesus disse “amai o próximo como a ti mesmo” ele estava mudando a história social da humanidade.
Antes de Cristo nenhuma sociedade havia se organizado em torno da fraternidade ou da solidariedade.
1789 anos depois a Revolução Francesa se fundamentaria em Liberdade, Fraternidade e Igualdade. Estes conceitos revolucionários são tipicamente cristãos.
Depois de Cristo novos sistemas políticos, novas filosofias, novas nações e uma nova mentalidade começaram a florescer, fazendo deste sonho a base de nações, constituições, bandeiras, hinos e países.
Jesus tratou do amor tanto nessa vida quanto na eternidade.
Mas é principalmente da salvação e da vida eterna que fala esta Fé. Da fé na sua promessa que nos abençoa, nos salva e nos leva eternamente de volta para Ele e para o Pai.
Hoje é domingo e em alguns domingos alguns cruzam a porta de um templo cristão.
Cada um tem motivos especiais para fazer isso. Ser perdoados, louvar, ofertar e participar da ceia do Senhor.
Cada vez que cruzamos por aquela porta nós vemos aquela cruz. E ela está vazia.
Isso nos lembra que Ele tomou o caminho de volta para o lado de Deus Pai. E é exatamente esse caminho que Ele nos oferece e nos promete.
Hoje. Neste domingo. Todos os dias. Sempre.
Pela Graça. Pela Fé.