Há amores possíveis, há amores impossíveis e há amores que
marcam para sempre a vida de um homem.
Julinha e António. Ela filha de uma família bem de vida, proprietária
da Quinta do Vimieiro, ele um camponês muito bonito. Os dois da Beira Alta, centro
de Portugal.
António vivia numa pequena aldeia próxima da cidade de Santa
Comba na região do Dão. O pai de António trabalhava para a família de Julinha
na Quinta do Vimieiro. Quando a família dela soube do romance proibiu-a de ver
António. Ele até tentou se explicar mas
D. Etelvina, a mãe de Julinha, foi taxativa, foi brutal:
– Cala-te. Não se
esqueça das tamancas de seu pai.
Foi a última mulher que mandou António se calar.
A família tinha lá seus motivos para não querer o romance,
mas não imaginava o futuro do rapaz. Julinha foi obrigada a se casar com um médico do Alentejo que a deixou viúva ainda jovem, com dois filhos e em dificuldades financeiras.
António foi ser seminarista, quase se tornou padre. Mas terminou por entrar na universidade de Coimbra, estudou leis, estudou economia, foi aluno brilhante, tornou-se professor.
António nunca se casou. Manuel, um colega de quarto, dizia que ele vivia como um monge.
António foi ser seminarista, quase se tornou padre. Mas terminou por entrar na universidade de Coimbra, estudou leis, estudou economia, foi aluno brilhante, tornou-se professor.
António nunca se casou. Manuel, um colega de quarto, dizia que ele vivia como um monge.
Treze anos depois de chegar a Coimbra, António já agora um brilhante economista, foi convidado para participar do governo.
A família de Julinha Perestrello nunca imaginou que aquele pobre rapaz, filho de camponeses, seria ministro das Finanças, chefiaria o Ministério da Guerra, o Ministério das Relações Exteriores e lideraria o país como Primeiro-ministro por trinta e seis anos.
A família de Julinha Perestrello nunca imaginou que aquele pobre rapaz, filho de camponeses, seria ministro das Finanças, chefiaria o Ministério da Guerra, o Ministério das Relações Exteriores e lideraria o país como Primeiro-ministro por trinta e seis anos.
António de Oliveira Salazar nunca se casou.