Neste momento em que começa o julgamento do Anders Behring Breivik o assunto da pena se morte é instantâneo. O que Breivik fez é horrendo, sem justificativa de espécie alguma.
Vamos considerar dois aspectos éticos da eterna questão do crime e da pena de morte.
Primeiro por que se prendem as pessoas.
Não se prendem as pessoas para castiga-las. Este não é o ponto. As prisões existem para proteger a sociedade de seus elementos perigosos e tentar reabilita-los. Esta é a idéia que leva a sociedade como um todo a se proteger e ao mesmo tempo se responsabilizar pela reabilitação de um de seus membros.
Por isso se paga pelos sistemas policial, judiciário e penitenciário. Esta é a idéia por trás da atitude extrema, assustadora e terrível de retirar de alguém seu mais preciso e sagrado bem. A Liberdade.
Segundo a questão da pena de morte.
Eticamente a pena de morte é indefensável. Independente do aspecto religioso onde a vida seria uma doação de deus e só ele a poderia retirar. Um homem, nenhum homem, pode se arvorar a exercer um direito que não é seu.
Mas aqui é o aspecto ético que se discute. E este é extremamente simples.
Para se exercer a pena de morte e retirar a vida de alguém é preciso cometer um assassinato. É preciso se igualar ao criminoso. E acima de tudo é preciso fabricar um assassino, o carrasco. O funcionário público que em nome da sociedade cometerá um assassinato. Em nome dela, justificado por ela, pago por ela.
Não consigo aceitar a idéia de cometer um assassinato para se fazer justiça. Principalmente não aceito em nenhuma hipótese ser cúmplice de um assassinato a sangue frio.
E pago por mim.