Verbrannte Erde. Stalins Herrschaft der Gewalt – Terra queimada. O regime da violência de Stalin – do historiador alemão Jörg Baberowski.
Depois de entre outros livros como Stalin A Corte do Czar Vermelho de Simon Sebag Montefiore e de O Grande Culpado de Viktor Suvorov surge agora mais uma obra revisionista sobre as aventuras do Tio Joe, como Eisenhower gostava de chama-lo.
Iossif Vissarionovitch Dzhugashvili, um georgiano que muitos pensam ser russo, se auto-denominou e adotou em 1913 o nome de Stalin, o homem de aço em russo.
O que não está muito longe da realidade em vista de suas idéias inovadoras à respeito do uso de picadores de gelo.
A Corte do Czar Vermelho do historiador inglês é uma biografia cheia de detalhes inéditos, memórias, diários e muito reveladora da psicologia e do dia-a-dia de Stalin e dos que lhe fizeram companhia. O livro lhe coloca virtualmente na intimidade pessoal e política do ex-seminarista.
O Grande Culpado do historiador Suvorov, pseudônimo de Vladimir Rézun, é mais perturbador por se tratar de um ex-oficial do exército soviético que serviu na inteligência militar. O livro tem um propósito claro e direto: apoiado em documentação ele mostra que Stalin provocou a Segunda Guerra Mundial e que Hitler caiu em todas suas artimanhas e armadilhas diplomáticas.
Suvorov vive hoje escondido na Inglaterra por ter sido condenado à morte por uma corte marcial soviética. Sua sentença até hoje não foi revista, mesmo duas décadas depois do fim do regime.
Putin, ex-KGB, não perdoa ex-colegas desertores.
Já Terra Queimada vai ainda mais além.
O historiador alemão mostra Stalin como um agressor por paixão, um psicopata impiedoso, um déspota que mandava matar por quotas e não poupava a ninguém. Amigos principalmente.
Para o professor de História do Leste Europeu na Universidade Humboldt, em Berlim, o homem que de 1927 a 1953 transformou a URSS em seu "Império da Paranoia" era um assassino que tinha prazer em destruiu e ferir.
Assim como Adolf Hitler, que também evitava ordens por escrito, Josef Stalin não precisa escrever nem decretar nada. Cada um sabia de algum modo, o que devia fazer para manter o déspota satisfeito.
Como Ian Kershaw também mostra em sua biografia Hitler, todos sabiam exatamente o que fazer para "trabalhar pelo Führer". Tio Adie admirava Tio Joe profundamente.
A técnica é extremamente interessante por que mantém um caos perverso e permanente onde todos tentam se suplantar no agrado ao ditador e este se mantém com as mãos limpas. Este caos administrativo tem naturalmente um alto custo de governança, mas convenhamos que governança eficiente está muito distante dos objetivos dos autocratas.
Os expurgos de Stalin e seu modus operandi são desafiadores para qualquer entendimento humano que não leve em consideração a Psicopatologia. Ninguém pode imaginar nada que justifique uma conta pessoal de 26 milhões de cadáveres.
Depois de atirar Konev um de seus mais brilhantes generais, por temor de concorrência, nos calabouços da Lubianka onde foi barbaramente torturado por Béria, Stalin mandou buscá-lo da prisão quando a Rússia foi invadida pela Wehrmacht alemã.
Quando o futuro herói e marechal da URSS entrou com dignidade em sua sala, Stalin olhou para aquele farrapo humano com o corpo completamente destroçado pelas torturas de Béria e lhe disse com uma candura suave e delicada,
- Parece que o camarada Béria não tem lhe tratado muito bem.
Ivan Stepanovich Konev, chorou, agradeceu e venceu a guerra.
Em reconhecimento à sua brilhante e arrasadora campanha militar, quando Konev estava para tomar Berlim, Stalin ordenou que ele parasse se desviasse e abrisse caminho para que Georgi Zhukov tomasse a capital alemã tirando-lhe o grande o troféu da vitória.