Chernobyl

Hoje é aniversário de Chernobyl, o desatre nuclear que contaminou 75% da Europa.
O desastre também é um dos fatos marcantes no processo da Perestroika e da Glasnost iniciados por Gorbatchov .

A explosão do reator 4, às 1h23m do sábado 26 de abril de 1986, da usina nuclear em Pripyat na Ucrânia iniciou o maior desastre atômico da história.
A cúpula da sala do reator foi pelos ares. Chamas e partículas de grafite altamente radioativo foram lançados a 1.200 metros de altura.
A primeira explosão liberou níveis de radioatividade dez vezes mais poderosos que a bomba de Hiroshima.
Quatro segundos depois outra enorme explosão demoliu duas paredes da usina. Uma nuvem radioativa imediatamente começou a se espalhar pelo continente à partir da Europa Central. A contaminação radioativa chegou até a Escandinávia. O incêndio na usina se prolongou por dias.
Níveis de radiação de 6 a 150 vezes maiores que o normal foram detectados a milhares de quilômetros do "epicentro" da explosão.
Em três anos centenas de pessoas morreram de câncer e leucemia e muito mais nas décadas seguintes. A cidade e a região ficaram devastadas e permanecem completamente abandonadas. Mutações genéticas acontecem até hoje.

Chernobyl foi um Armagedon localizado que imprimiu profundamente em Gorbatchov a dimensão do que seria o apocalipse nuclear se a corrida armamentista fosse até às últimas conseqüências. Como dirigente máximo soviético, e no centro da crise, isso o marcou definitivamente.
Algum tempo após o acidente Gorbatchov participou de um exercício simulado de guerra. Na sala de jogos de guerra estava o alto comando político e militar soviético.

Durante o exercício chegou um momento em que era preciso reagir a um ataque americano. Um enorme painel emitia sinais de aviso: mísseis nucleares americanos foram disparados em direção à União Soviética.
Gorbatchov não reagiu.
O tempo passava. O painel disparava dramaticamente mais informações sobre a direção, velocidade, posição e aproximação dos mísseis. Os minutos se passavam, a tragédia era iminente.
Todos olhavam para Gorbatchov, todos esperavam a reação dele. 
Mais informações eram emitidas por todos os painéis, mais luzes de alerta piscavam, mais sinais sonoros estridentes disparavam.

Todos olhavam para Gorbatchov e para o botão que ele supostamente deveria apertar para retaliar o ataque.
- Não. Não vou apertar este botão. Nem mesmo para fins de treinamento.
Thanks Gorbie.