No período da Inquisição a humanidade, mais especificamente o Santo Ofício da Igreja Católica, produziu algumas das mais delirantes situações da história. Algumas delas do mais puro e refinado humor negro.
Havia uma grande cachoeira que a Santa Inquisição utilizava em suas operações contra as bruxas. Identificada uma mulher suspeita de bruxaria ela era amarrada e, seguida por uma grande multidão, era levada por um grupo de padres para o alto da cachoeira. Atirada lá do alto a suspeita despencava por dezenas de metros em meio às águas e às pedras.
Lá em baixo uma parte da multidão e alguns padres esperavam. Se a suspeita morresse da queda era uma evidência de que ela não tinha poderes, portanto não era bruxa. Era então absolvida, lamentada e lhe davam um piedoso enterro cristão. Se ela resistisse à queda e não morresse estavam comprovados seus poderes. Era mesmo uma bruxa. Era condenada e queimada na fogueira.
Outra prática repleta da mais sincera caridade era exercida por alguns padres que acompanhavam os hereges à fogueira. Eles insistiam até o último momento para que o condenado, antes de ser queimado, admitisse suas culpas. Que se arrependesse para alcançar a Salvação.
Este último ritual era realizado pelos padres com o herege já próximo à fogueira, ao lado do carrasco. Eles insistiam em dar uma última chance ao herege de salvar a pobre alma.
- Arrepende-te, arrepende-te!
Depois de muita insistência, se o condenado não admitisse a culpa atiravam-no ferozmente à fogueira. Mas se ele finalmente se arrependesse, os padres piedosamente ordenavam ao carrasco:
- Estrangulem-no! Rápido, antes que ele se arrependa de ter se arrependido.
Decapitavam e jogavam a cabeça com o restante do herege na fogueira.