Sampa. Um amigo me levou para comer uma pizza.
Sem sombras de dúvida umas das mais perfeitas que já experimentei. Absolutamente deliciosa. Massa consistente, bordas crocantes, molho delicioso, cobertura base de muzzarela de primeiríssima, cobertura secundária muito rica, assada em forno de lenha. Até aí nada de mais, afinal Sampa é a capital mundial da pizza. O surpreendente era a própria pizzaria.
Muito simples, extremamente simples, mais parecendo um botequim popular. A pizza é trazida para as mesas nas embalagens de papelão "bom apetite - agradecemos a preferência" usadas nas entregas, você mesmo se serve com talheres de cabo plástico. Fica em um bairro japonês e o proprietário é um paraibano com cara de retirante. A frequência é de classe baixa e os preços de classe alta.
O nome é ainda mais improvável: Ovençal, como se estivesse faltando um "Pr" no começo.
Uma pizzaria com instalações precárias, cobrando caro com frequência classe baixa, de um nordestino em um bairro japonês, com um nome francês equivocado e grafia incorreta, servindo excelentes pizzas.
Que mistério é esse?
Certa vez eu estava no One More Time, um jazz club como o próprio nome indica. Uma espécie de Blue Note, um Ronnie Scott's paulista.
A certa altura as luzes se apagaram e reacenderam em um foco de luz no palco, iluminando uma mulher que estava de costas.
Ela começou a cantar com uma voz rouca de negra, perfeita para um blues. Mas não era um blues, ela cantava Tico-Tico no Fubá. Inicialmente ela se mexia como uma Carmem Miranda mas depois uma percussão iniciou uma batucada. Ela começou a rebolar como uma mulata de escola de samba, sambando no pé, mas sempre de costas. Ao meio da música e dos aplausos ela se vira lentamente para a platéia. Era uma japa, uma nissei.
A partir daí ela passou a interpretar standards da Billie Holiday com uma alma, com um feeling como há muito tempo eu não ouvia.
Que mistério é esse?
Sem sombras de dúvida umas das mais perfeitas que já experimentei. Absolutamente deliciosa. Massa consistente, bordas crocantes, molho delicioso, cobertura base de muzzarela de primeiríssima, cobertura secundária muito rica, assada em forno de lenha. Até aí nada de mais, afinal Sampa é a capital mundial da pizza. O surpreendente era a própria pizzaria.
Muito simples, extremamente simples, mais parecendo um botequim popular. A pizza é trazida para as mesas nas embalagens de papelão "bom apetite - agradecemos a preferência" usadas nas entregas, você mesmo se serve com talheres de cabo plástico. Fica em um bairro japonês e o proprietário é um paraibano com cara de retirante. A frequência é de classe baixa e os preços de classe alta.
O nome é ainda mais improvável: Ovençal, como se estivesse faltando um "Pr" no começo.
Uma pizzaria com instalações precárias, cobrando caro com frequência classe baixa, de um nordestino em um bairro japonês, com um nome francês equivocado e grafia incorreta, servindo excelentes pizzas.
Que mistério é esse?
Certa vez eu estava no One More Time, um jazz club como o próprio nome indica. Uma espécie de Blue Note, um Ronnie Scott's paulista.
A certa altura as luzes se apagaram e reacenderam em um foco de luz no palco, iluminando uma mulher que estava de costas.
Ela começou a cantar com uma voz rouca de negra, perfeita para um blues. Mas não era um blues, ela cantava Tico-Tico no Fubá. Inicialmente ela se mexia como uma Carmem Miranda mas depois uma percussão iniciou uma batucada. Ela começou a rebolar como uma mulata de escola de samba, sambando no pé, mas sempre de costas. Ao meio da música e dos aplausos ela se vira lentamente para a platéia. Era uma japa, uma nissei.
A partir daí ela passou a interpretar standards da Billie Holiday com uma alma, com um feeling como há muito tempo eu não ouvia.
Que mistério é esse?