Ladrões furtaram uma ponte ferroviária centenária datada de 1901 que pesava dez toneladas, com 200 metros de trilhos, no oeste da República Tcheca, no trajeto entre Loket e Horni Slavkov a 150 quilômetros a oeste de Praga.
Com a ajuda de um guindaste os ladrões se passaram por uma empresa privada que teria contrato com o órgão que administra o transporte ferroviário no país.
- É a primeira vez que topamos com esse tipo de roubo organizado nas nossas ferrovias. O roubo de velhas vias de trem acontece, mas não nesta magnitude, disse Pavel Acha da empresa de administração ferroviária.
Esta criatividade chega às raias do risível.
Morei em Görlitz na exata tríplice fronteira Alemanha-Polonia-Tchecoslováquia na época em que as duas últimas ainda não participavam da União Européia. Portanto havia controle de fronteiras. Vigiadíssimas por sinal.
No caso da fronteira entre Polônia e Alemanha ela é determinada exatamente pela linha dos rios Oder e Neiße. Mais ou menos desde que Stalin deu um chega-prá-lá nos polacos.
Aliás esse é um caso interessantíssimo de freio-de-arrumação geográfico. Ou de desarrumação, depende de que lado da mesa de negociações você esteja.
A pobre bastarda de Versalhes perdeu um pedação a leste e foi compensada com um pedação a oeste.
O Neiße ao passar por Görlitz fica bastante estreito em alguns trechos.
Praticamente dá para jogar uma pedra de um lado e atingir o outro. Um esporte por sinal centenário entre poloneses e alemães, não apenas com pedras mas com objetos mais desconfortáveis.
No inverno o rio congela e é possível atravessar à pé de um lado para o outro. Claro que também dá para atravessar com veículos leves.
Leves, please. Por que se forem muito pesados podem causar mais stress nos poloneses que na camada de gelo do rio.
Voltando à criatividade larápia.
Como o rio fica estreito em alguns pontos e como na época se vivia o frenesi da reconstrução imobiliária descobriu-se na cidade um singelo estratagema dos irmãos metralha locais.
Durante a noite eles usavam aqueles cranes, os quindastes gigantes da construção civil, para transportar Beemees, Jags e Mercs novinhos surrupiados do lado dos porsches. Digo, dos boches.
Afinal o Paraguai não é só aqui.