Quase!

Eu estava muito cansado. 
Haviam sido três dias de trabalho intenso em Londres em longas reuniões com compradores em perspectiva da China e Alemanha e com agencias de criação inglesas.
Meu amigo de trabalho Gary Bergman já tinha voltado para Eindhoven na Holanda e eu estava, como sempre, sentado numa cadeira de janela num avião indo para Lisboa.

Antes de embarcar eu havia estranhado que o Heathrow estivesse tão frenético, com militares armados, coisa inusitada na Inglaterra.
No avião todos já estavam sentados à espera da decolagem, o piloto já havia fechado as portas, pressurizado a cabine, mas o A-320 não saía do lugar.
O tempo foi passando e dez minutos depois o piloto avisou pelos sistema de som que decolaríamos em cinco minutos. Passaram-se mais dez e nada.

Mais vinte minutos e ele repetiu o aviso se desculpando pelo excesso de tráfego no aeroporto, mas que esperava a qualquer momento a licença da torre para decolar.
Depois de meia hora vejo pela janela dois jeeps Land Rovers do exercito se aproximando do avião junto com um carro de bombeiros.
Pararam próximos da asa esquerda bem embaixo de minha janela. Logo depois chega um Land Rover Defender. Dele saltam três soldados armados e um homem de turbante.

O porão do avião foi aberto, uma esteira foi colocada e todas as bagagens começaram a ser retiradas até que o homem de turbante apontou para uma delas.
A mala foi rapidamente colocada em um dos jeeps que saiu em disparada. As outras malas foram recolocadas, e o aparato militar se desfez . Passaram-se mais alguns minutos, o piloto se desculpou pela demora e anunciou a decolagem.

Quase!