Mesmo vinte anos após a Queda do Muro e do Império Soviético, ainda há muita coisa para se compreender deste século XX tão intenso e rico em experiencias socias.
Há três livros que ajudam muito a compreende-lo e a entender nosso tempo e nosso espaço contemporâneo e as consequencias históricas de um passado muito recente e que aconteceu muito mais rápido do que todas as mudanças anteriores a História. Vamos lá:
Pós-Guerra - Uma História Da Europa Desde 1945, de Tony Judt.
Este é um dos 10 livros que eu levaria para uma ilha deserta. São pouco mais de 800 paginas de puro deleite, informação, humor e insigths fantásticos. Judt chega a ser enciclopédico mas tem um texto leve e fala desde a política interna dos partidos de cada país, de cada ator/atriz e diretor de filme importante, passeia por tecnologia, música, economia e transformações sociais. Se fossem 1.600 eu leria ainda com mais prazer. Sabe aquele livro que você começa a ler mais devagar para durar mais? O livro é sexy de tão bom.
Era dos Extremos - O Breve Século XX - 1914-1991, de Eric Hobsbawm.
Essencial para quem quer entender esta zorra toda de que somos crias, algozes e vítimas. Este é menorzinho, menos de 600 paginas e contem análises históricas e sociais surpreendentemente isentas para um historiador que participou pessoal e intensamente dos acontecimentos do século.
O livro tem de tudo, desde espionagem internacional a economia globalizada, jazz e futebol. Além de análises políticas e econômicas de cada país. Até o cangaço nordestino aparece.
O Século Soviético - Da Revolução de 1917 Ao Colapso Da URSS, de Moshe Lewin
Este é mais pesado, bem pesado. É para quem quer descer à fundo na nomenklatura e no contexto apparatchik. Lewin é um tremendo historiador e abusa de números e estatísticas. Realmente não dá para entender nada deste mundo em que vivemos sem levar em consideração o que os camaradas faziam depois do café da manhã.
Não existe movimento historico mais injustiçado por suas contribuições à humanidade e ao próprio capitalismo do que o dos coleguinhas do saudoso/nefando/improvável Béria.
E por falar nele, o Lavrenti Béria podia, ou não, ser tudo de mal mas que ele tinha olhos doces e carinhosos para as meninas do Balé Bolshoi isso ele tinha. Apadrinhou várias. Era um mecenas desinteressado.
Desinteressado do balé que elas dançavam é claro.