Terezinha de Arruda Câmara

Terezinha Arruda Câmara, conhecida carinhosamente como Têta, minha tia, irmã de mamãe.
Mulher forte, bonita, generosa, alegre, desbocada. Enfrentou com coragem a perda do marido e a dor antinatural de perder um filho.

Mais que a alegria de viver a característica marcante de Têta é a generosidade. Ela que sempre teve uma excelente condição financeira, sempre apoiando quem da família necessitasse, criando três sobrinhos. Hospedando quem precisasse.
As festas em sua casa eram famosas. Na verdade todos os sábados eram dias de festas intermináveis. A casa sempre cheia, a mesa cheia de delícias, os copos cheios do melhor scotch.

Têta é o suprassumo dos Câmara, orgulhosa da estirpe.
Funcionária da Caixa Econômica um dia ela encontrou em sua mesa um recorte de jornal. Anonimamente alguém tinha colocado o recorte bem visível no centro de sua mesa. A notícia se referia ao fechamento pela polícia de um bordel cuja cafetina tinha o sobrenome Câmara. Não era da família, mas lá estava o recorte para ofender.

Têta reagiu imediatamente aos brados, para que todos ouvissem, segurando nas mãos e balançando no ar o recorte do jornal.
- Não sei e nem quero saber quem botou aqui esta porcaria! Meu pai foi presidente deste banco. Minha família é grande, importante e nela tem de tudo, mas essa aqui não é minha parente. Se em família importante acontecem certas coisas imagine-se em famílias sem nome como a do covarde que recortou isso.