Lamentavelmente uma das vítimas mais graves da atual crise européia será e esta sendo o Estado do Bem Estar Social que levou décadas para ser conquistado e instalado na Europa. As medidas de austeridade que precisam ser adotadas vão diretamente de encontro a ele.
Infelizmente uma grande conquista social poderá estar sendo perdida por falta de administração responsável dos Estados, covardia dos políticos que deixaram a situação chegar ao ponto que chegou e oportunismo de parte da população.
É caro manter os benefícios sociais da social democracia? Sim é, e cada vez mais.
Principalmente por que cada vez há menos contribuintes e mais pessoas dependentes do sistema. Isso em conseqüência do aumento da expectativa de vida e da diminuição da natalidade. É um problema aritmético simples. Enquanto havia muitos pagando e poucos recebendo a coisa funcionava bem, agora que a situação se inverteu está complicado manter os benefícios do Welfare State.
Há disparidades que precisam ser revistas. Os ricos alemães trabalham até aos 67 anos enquanto os gregos se aposentam aos 50 com quatro horas de sesta durante o dia de trabalho. Outras situações se tornaram absurdas com o passar do tempo como a dos maquinistas de trem na França que se aposentam aos 50 e poucos anos com uma pensão muito generosa e protegida da inflação.
Acontece que quando os sindicatos dos ferroviários franceses negociaram o pacote de aposentadoria a situação era bem diferente da atual. Os trabalhadores eram tipicamente recrutados nos colégios aos 13 anos para um serviço manual perigoso de conduzir trens a vapor e alimentar com carvão suas caldeiras durante décadas. Ao se aposentar aos 50 anos eles estavam exaustos, doentes e com uma expectativa de vida que raramente passava de mais dez anos.
Hoje os maquinistas trabalham numa cabine confortável e climatizada. O maior esforço manual que fazem é apertar os botões do painel eletrônico e têm uma expectativa de vida ao redor dos 80 anos. Se aposentar aos 50 nestas condições é um absurdo.
Até pouco tempo atrás o Algarve tinha mais alemães que ingleses passando “férias” por lá.
Os casais alemães alugavam suas casas na Alemanha e por muito menos alugavam outra no Algarve. Demitiam-se dos empregos, faziam as malas, pegavam seus Mercedes e iam viver as delícias da costa portuguesa. Lá viviam financiados pelo seguro desemprego, pela diferença entre o que recebiam e pagavam de aluguel e pelo baixo custo de vida em Portugal.
Tenho um amigo que brigou com a filha na Suécia por discordar de seu comportamento.
A menina tem um filho e nunca casou. Ela recebe do Estado um auxílio por ser mãe solteira e mais outro para dedicar algumas horas a cuidar do próprio filho. Por estar desempregada ela recebe seguro desemprego, subsídio de aluguel, subsídio de eletricidade, de gás e de lazer. Não paga transporte público e tem enormes descontos em uma série de serviços. De shows a viagens de turismo.
De vez em quando para preencher o tempo ela faz uns cursos públicos de artesanato, dança ou música, todos naturalmente remunerados. Não tem nenhuma despesa médica, não procura emprego e está louca para se aposentar.
Não há Welfare State que se sustente num cenário como esse.
Em tempo: tenho um amigo holandês que junto com seus vizinhos notou que um deles estava vivendo de todos os benefícios acima e ganhando um dinheiro extra trabalhando informalmente no blackmarket. Reuniram-se todos, foram na casa do sujeito e avisaram: - Ou você volta a trabalhar ou nós vamos lhe denunciar.
Infelizmente uma grande conquista social poderá estar sendo perdida por falta de administração responsável dos Estados, covardia dos políticos que deixaram a situação chegar ao ponto que chegou e oportunismo de parte da população.
É caro manter os benefícios sociais da social democracia? Sim é, e cada vez mais.
Principalmente por que cada vez há menos contribuintes e mais pessoas dependentes do sistema. Isso em conseqüência do aumento da expectativa de vida e da diminuição da natalidade. É um problema aritmético simples. Enquanto havia muitos pagando e poucos recebendo a coisa funcionava bem, agora que a situação se inverteu está complicado manter os benefícios do Welfare State.
Há disparidades que precisam ser revistas. Os ricos alemães trabalham até aos 67 anos enquanto os gregos se aposentam aos 50 com quatro horas de sesta durante o dia de trabalho. Outras situações se tornaram absurdas com o passar do tempo como a dos maquinistas de trem na França que se aposentam aos 50 e poucos anos com uma pensão muito generosa e protegida da inflação.
Acontece que quando os sindicatos dos ferroviários franceses negociaram o pacote de aposentadoria a situação era bem diferente da atual. Os trabalhadores eram tipicamente recrutados nos colégios aos 13 anos para um serviço manual perigoso de conduzir trens a vapor e alimentar com carvão suas caldeiras durante décadas. Ao se aposentar aos 50 anos eles estavam exaustos, doentes e com uma expectativa de vida que raramente passava de mais dez anos.
Hoje os maquinistas trabalham numa cabine confortável e climatizada. O maior esforço manual que fazem é apertar os botões do painel eletrônico e têm uma expectativa de vida ao redor dos 80 anos. Se aposentar aos 50 nestas condições é um absurdo.
Até pouco tempo atrás o Algarve tinha mais alemães que ingleses passando “férias” por lá.
Os casais alemães alugavam suas casas na Alemanha e por muito menos alugavam outra no Algarve. Demitiam-se dos empregos, faziam as malas, pegavam seus Mercedes e iam viver as delícias da costa portuguesa. Lá viviam financiados pelo seguro desemprego, pela diferença entre o que recebiam e pagavam de aluguel e pelo baixo custo de vida em Portugal.
Tenho um amigo que brigou com a filha na Suécia por discordar de seu comportamento.
A menina tem um filho e nunca casou. Ela recebe do Estado um auxílio por ser mãe solteira e mais outro para dedicar algumas horas a cuidar do próprio filho. Por estar desempregada ela recebe seguro desemprego, subsídio de aluguel, subsídio de eletricidade, de gás e de lazer. Não paga transporte público e tem enormes descontos em uma série de serviços. De shows a viagens de turismo.
De vez em quando para preencher o tempo ela faz uns cursos públicos de artesanato, dança ou música, todos naturalmente remunerados. Não tem nenhuma despesa médica, não procura emprego e está louca para se aposentar.
Não há Welfare State que se sustente num cenário como esse.
Em tempo: tenho um amigo holandês que junto com seus vizinhos notou que um deles estava vivendo de todos os benefícios acima e ganhando um dinheiro extra trabalhando informalmente no blackmarket. Reuniram-se todos, foram na casa do sujeito e avisaram: - Ou você volta a trabalhar ou nós vamos lhe denunciar.