Mein Lieber Spione

Rainer Rupp nasceu no Sarre, sudoeste da Alemanha, em 1945. Em 1968 quando estudava Economia em Mainz ele foi recrutado pela Stasi, o serviço secreto da DDR, República Democrática Alemã, a Alemanha Oriental comunista.

Em 1970 ele conheceu a inglesinha Ann-Christine Bowen com quem se casaria em 1972. Funcionária do Ministério de Defesa britânico ela havia sido transferida para o quartel-general da OTAN em Bruxelas. Os dois jovens condenavam o imperialismo norte-americano, a guerra do Vietnã e amavam os Beatles e os Rolling Stones. Quando ele revelou que trabalhava para a Stasi os dois passaram a espionar juntinhos sob os romanticos codinomes de Topázio e Turquesa.

Como Rainer trabalhava num departamento econômico da Otan ele podia transitar displicentemente pela organização com pilhas de documentos sem que alguém desconfiasse de que se tratava de material militar ultra-secreto. Em casa o agente fotograva tudo alegremente.
Durante onze anos e até do fim do regime da DDR em 1989 Topázio transferiu planos  ultra-confidenciais do alto-comando militar da OTANA Stasi deu ao simpático e idealista Topázio uma mansão em Bruxelas e mais de meio milhão de dólares.

A CIA começou a investigar as operações do casal mas só os descobriu em 1993. Depois de expostos em 1994 Rainer foi condenado a 12 anos de prisão e Ann-Christine a 22 meses de liberdade condicional. Várias personalidades, como o escritor Martin Walser, na Alemanha defenderam o agente e muitos o visitaram na prisão.
Rainer chegou a ser convidado pelo sucessor do partido único da Alemanha Oriental para exercer a função de assessor de política de segurança interna e externa. Seis anos depois Topázio saiu da prisão. Livre, leve e solto.

A CIA, o MI6 e os serviços secretos ocidentais reconheceram que Topázio e sua esposa poderiam ter causado uma guerra de proporções catastróficas.